Nesta quarta-feira (07/10) encerraram-se as votações da segunda rodada do ACT Copel 2020-2022. Logo após o encerramento, houve uma live em que foi realizada a divulgação dos resultados. Mais uma vez, a vontade dos Copelianos, demonstrada nas urnas, foi pela rejeição da proposta. Importante reforçar que houveram mais empregados votando do que na primeira rodada, fato histórico! Dos 4093 empregados que votaram, 2360 (57,66%) votaram NÃO.
Mas, porque o NÃO teve maioria? A resposta é dada pelos próprios Copelianos. Manifestações em redes sociais e mensagens enviadas diretamente aos Sindicatos dão o tom da indignação e mostram porque a maioria dos Copelianos não concordam com mais uma proposta que pressiona a quem se dedica a construir a melhor empresa do setor.
A insatisfação com a gestão da empresa é grande. O que se percebe é que praticamente todas as manifestações apontam para falhas na gestão ou atitudes dos gestores que pioram as condições de trabalho. É muito fácil perceber que os empregados responsabilizam os gestores da empresa pela situação em que se encontram.
Entre os fatos que foram citados, é possível relacionar:
– Processo de avaliação de desempenho que pune e não estimula;
– Falta de um plano de carreira;
– Excesso de Procedimentos Administrativos contra empregados;
– Pressão por cumprimento de metas;
– Uso de câmeras de vigilância para controlar e punir empregados;
– Política de remuneração agressiva para gestores e quase inexistente para os empregados;
– Terceirização excessiva;
– Abuso de poder por gestores.
E, mesmo que a insatisfação fosse “só” pelo abono, importante lembrar que o pedido foi de que o abono fosse IGUAL ao do ano passado. Um valor que a Copel tem condições de pagar. Primeiro porque há menos empregados na empresa do que no ACT passado, exigindo menos dinheiro do que no ano passado. Segundo porque a empresa está em um excelente momento financeiro. Notícias nesse sentido não faltam! A própria Copel reconhece isso. Os empregados sabem disso!
Todos sabem que há condições financeiras de pagar o que foi pedido. A Copel tem caixa pra isso. Não tem é vontade!
Ainda mais que o abono é pago somente uma vez e não gera despesas a longo prazo. Não aumenta o valor da folha de pagamento, não traz consequências no futuro.
Pra piorar, a Copel faz o movimento de redução do valor do abono num momento em que quer implementar o PPD – Prêmio por Desempenho. Embora, em mesa de negociação, tente não vincular uma coisa com a outra, há a clara intenção de substituir o abono pelo PPD. Isso foi falado explicitamente pelo Presidente Daniel em 2019, durante as negociações do ACT, através de um vídeo enviado a todos os Copelianos:
“Neste ano, a empresa está propondo um modelo diferente por determinação do CCEE (Conselho das Estatais) e por acreditar na transição de salário, mais PLR, mais abonos fixos, para salário, mais PLR, mais remunerações variáveis”
E, justamente esse PPD, que deve substituir o abono, é mais uma ferramenta que aumenta a desigualdade salarial na empresa. Beneficia – e muito! – os maiores salários pagos aos gestores e prejudica os demais empregados. O abono pago ano passado representava mais de um salário para quem ganha menos enquanto a proposta do PPD é pagar 1 remuneração a quem atingir TODAS as metas. Já para os gestores, o PPD pode chegar a generosas 6 (SEIS!) remunerações (veja no quadro abaixo a remuneração dos Diretores). A quem querem enganar? Arrochar mais ainda o salário de quem produz e aumentar os já altos salários da Diretoria?
Querem nos fazer acreditar que não podemos lutar por melhores condições de salário e trabalho. Querem tentar nos convencer que já recebemos um dos maiores salários do Paraná. Ameaçam jogar a “opinião pública” contra a gente. Mas o que será que a mesma “opinião pública” vai dizer dos polpudos salários da Diretoria? Será que o problema da Copel é os salários dos empregados?!
Se a empresa não tivesse condições de pagar mais, até seria razoável que todos se sacrificassem pela empresa. Como já ocorreu no passado e cada um de nós tem uma história nesse sentido. Mas TEM! A empresa tem condições de fazer um acordo melhor!
A cada dia, fica mais claro o objetivo da gestão da empresa: Lucro, lucro, lucro! Sempre nos exigem um pouco mais de sacrifício para que a empresa invista ou saia de uma dificuldade, mediante a promessa de que colheremos nossa parte quando chegarmos ao objetivo. O que ocorre é que, quando esse objetivo é atingido, cria-se outro e mais um sacrifício é exigido. Basta! Já passou da hora de valorizar quem coloca essa empresa na condição de melhor da América Latina!
Agora é nos unirmos e buscarmos condições de melhorar essa negociação. Pressionar a empresa para que acate os pedidos dos empregados, que já foram poucos.
A verdadeira luta começa agora!
coletivocopel.wordpress.com 
Não, é por causa do coletivo sindical não pedir nenhuma melhoria para quem eles dizem que representam.
Chegaram lá sem nenhuma “gordura pra queimar”.
Assim só o que era esperado era retirar o que foi pedido isto é, perder o que foi conseguido no ano anterior.
Realmente a proposta é uma afronta! Acordo pra 2 anos é uma piada … tem empreiteiras terceirizadas pagando melhor que a Copel!?
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